Governo ordena a demolição de 20 igrejas na Indonésia
21 jun 2012 INDONÉSIA
Postagem Portas abertas
Razali Abdul Rahman, o prefeito interino de Aceh
Singkil, na semiautônoma província de Aceh, ordenou o fechamento das igrejas e
deu o prazo máximo até oito de junho para a demolição do templo.
Veryanto Sitohang, membro do grupo de direitos
humanos Aliança Unida Sumatra do Norte explicou o caso: “A administração local
diz, que já que os membros da igreja se recusam a cumprir a ordem, então a
própria administração irá fechar e demolir os prédios. O prazo para a demolição
foi oito de junho, mas até agora nada aconteceu”.
A ordem foi emitida no mesmo dia em que os grupos
radicais islâmicos, incluindo a Frente de Defensores do Islã (FPI), fizeram um
protesto em frente ao escritório do governo local contra a existência de
igrejas em Aceh Singkil.
As autoridades também fecharam 16 undung-undung,
pequenas construções não classificadas oficialmente como igrejas, após os
protestos, embora o senhor Razali tenha afirmado que seu governo agiu de forma
independente da iniciativa dos radicais. As undung-undung se diferem das
igrejas por não serem denominacionais e não terem cruzes.
A FPI alegou que o número de igrejas e
undung-undung viola os acordos assinados em 1979 e 2001 por líderes
muçulmanos e cristãos. Os acordos afirmaram que os cristãos são autorizados a
terem apenas uma igreja e quatro undung-undung na província.
Erde Barutu, pastor de uma das igrejas ameaçadas,
Igreja Cristã Protestante de Pakpak Dairi, disse que, na epoca, os líderes da
igreja só assinaram os documentos, porque estavam sob pressão e foram
ameaçados. Ele acrescentou ainda que, o número de cristãos que vivem em Aceh
Singkil, tinha aumentado significativamente desde 1979, e que agora somam mais
de 15 mil. O fechamento de igrejas deixará apenas duas no distrito.
A maioria das 20 congregações, ameaçadas de
demolição, continuam suas atividades e cultos com as portas dos templos
fechadas e com alguns membros, do lado de fora, montando guarda contra
possíveis ataques.
Os líderes cristãos escreveram cartas ao Presidente
Susilo Bambang Yudhoyono, e aos departamentos do governo e da polícia para
protestar contra o fechamento das igrejas.
O Ministro do Interior, Gamawan Fauzi,disse que não
estava ciente dos planos de fechamento dos templos e que entraria em contato
com o Sr. Razali para pedir esclarecimentos, dizendo que “os cidadãos têm o
direito de culto, desde que cumpram os regulamentos”.
Ele disse:
“A maioria não deve impor sua vontade à minoria. A
tolerância deve prevalecer”.
Elementos da lei Islâmica (Sharia) são impostos por
uma espécie de polícia religiosa, em Aceh, que ganhou autonomia do governo
nacional em 2001, após uma insurreição islâmica.
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