O carnaval é para os brasileiros a festa mais esperada do ano.
Diferente de todas as outras, é o momento de se divertir como nunca, é como
se vivesse cada dia que antecede a quarta-feira de cinzas como se fosse o
último. No meio da festa mais sensual brasileira, para muitos, vale tudo,
de experimentar coisas novas a fazer tudo o que se tem vontade. No entanto,
é sempre bom lembrar que algumas ações podem ter consequências para além
dos dias de folia, até mesmo para a vida inteira, portanto, curtir de
maneira intensa, mas com responsabilidade é fundamental para um
divertimento saudável e seguro.
Regada por muita música, sexo e drogas, a diversão proporcionada
pelo carnaval pode se tornar um pesadelo para àqueles que não se cuidam. A
liberação sexual que o Carnaval estimula só é vista com bons olhos desde
que a camisinha se faça presente, uma vez que nessa época é que ocorre a
maior contaminação pelo vírus HIV.
Além do sexo, carnaval também está ligado a drogas, e estas podem
ser interpretadas de diversas maneiras. Para o jovem Alberto, de 22 anos,
usuário de maconha desde os 18, o carnaval é o momento do ano em que faz
tudo que tem direito, inclusive o uso de drogas ilícitas, para ele, um
baseado é tão prejudicial para a sociedade quanto uma garrafa de cerveja,
que é lícita permitida por lei.
Já para Fernando, hoje com 31 anos, todo tipo de droga acaba
prejudicando de alguma maneira tanto o usuário quanto a sociedade, e toda
atitude sem responsabilidade pode trazer sérios problemas, e foi justamente
isso que o fez ficar paraplégico aos 20 anos no último dia de carnaval de
1998, quando sofreu um grave acidente. Fernando lembra que o amigo que
estava dirigindo havia bebido a noite toda, e que todos estavam “doidões”
no carro e pedindo cada vez mais velocidade. O resultado: uma tragédia.
Lembre-se, após os dias de folia ainda existe vida!
Manual das Drogas
Droga faz a gente viajar? Faz.
Faz a gente fluir? Faz.
Faz a gente sonhar? Também faz.
Então o negócio é curtir.
E quando você quiser parar, você pára. Certo?
Errado. Completamente errado!
Pesquisas indicam que em cada cinco alunos universitários, um já fez uso de
droga e que 70% deles ficam dependentes.
Independente da forma (ingerida, injetada, inalada ou absorvida pela
pele), as drogas entram na corrente sanguínea e atingem o cérebro alterando
todo seu equilíbrio, podendo levar o usuário a reações agressivas.
Aproveitando o Carnaval, um dos eventos apontados como o marco de iniciação
de muitos jovens ao mundo das drogas, segue algumas informações sobre o que
fazem a seus usuários. Confira.
CIGARRO: A nicotina presente em um só cigarro consegue aumentar a
produção de hormônios receptores no lobo frontal do cérebro, no hipocampo e
no cerebelo que envolve a memória a longo prazo. Desta forma, dois dias
após ter fumado um único cigarro, o indivíduo passa a ter necessidades da
droga no organismo. A manifestação da dependência à droga ocorre por causa
das adaptações que o organismo faz para recebê-la na busca por manter seu
equilíbrio químico e funcional.
ÁLCOOL: Apesar de ser uma droga psicotrópica, ela atua no sistema
nervoso central, podendo causar dependência e mudança no comportamento. Os
efeitos do álcool são percebidos em dois períodos, um que estimula e outro
que deprime. No primeiro pode ocorrer euforia e desinibição. Já no segundo
ocorre descontrole, falta de coordenação motora e sono. Os efeitos agudos
do consumo do álcool são sentidos em órgãos como o fígado, coração, vasos e
estômago. Para os viciados no caso de suspensão do consumo, pode ocorrer
confusão mental, visões, ansiedade, tremores e convulsões.
LANÇA-PERFUME: conhecida também como a droga dos carnavais. O
lança-perfume é um solvente à base de cloreto de etila, éter, clorofórmio e
essência perfumada. Essa substância é absorvida pela mucosa pulmonar, sendo
seus componentes levados, via corrente sanguínea, aos rins, fígado e sistema
nervoso. Liberando adrenalina no organismo, acelera a frequência cardíaca,
proporcionando sensação de euforia e desinibição ao mesmo tempo em que
confere perturbações auditivas e visuais, perda de autocontrole e visão
confusa. Como seus efeitos são rápidos, os usuários tendem a inalá-lo
diversas vezes, potencializando a ação de seus compostos sobre o organismo.
Assim, seu uso pode desencadear em quadros mais sérios, como falta de ar,
desmaios, alucinações, convulsões, paradas cardíacas e morte. Além disso,
por alterar a consciência do indivíduo, permite com que este esteja mais
vulnerável a acidentes.
COCAÍNA: é uma droga psicoativa que estimula e vicia, promove
alterações cerebrais bastante significativas que faz com que o usuário
vivencie sensações de poder, entretanto tais efeitos têm pouca duração.
Logo o indivíduo entra em contato com a realidade, aspecto que desperta uma
grande ansiedade em poder utilizá-la novamente. Se consumida por muito
tempo, ocasiona danos cerebrais e diversos outros problemas de saúde como:
aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, dilatação da pupila, elevação
ou diminuição da pressão sanguínea, calafrios, náuseas, vômitos, perda de
peso e apetite.
MACONHA: Muitos acreditam que não vicia por ser natural, ou seja, por não
possuir composição de produtos químicos, mas isso é um erro. Ela vicia e
provoca efeitos alucinógenos.
CRACK: O consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais
barato e seus efeitos duram menos. Por ser estimulante, ocasiona
dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o
sistema nervoso central e cardíaco. Seu uso gera aceleração dos
batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas,
suor intenso, tremores, excitação, maior aptidão física e mental.
ECSTASY: também conhecida como bala, no cérebro, age
aumentando a produção e a diminuição da reabsorção da serotonina, dopamina
e noradrenalina. Seus efeitos surgem após 20 e 70 minutos, atingindo
estabilidade em duas horas. Os efeitos físicos são taquicardia, aumento da
pressão sanguínea, secura da boca, diminuição do apetite, dilatação das
pupilas, dificuldade em caminhar, reflexos exaltados, vontade de urinar,
tremores, transpiração, cãimbras ou dores musculares. Quanto aos efeitos
psíquicos, o ecstasy ocasiona sensação de intimidade e de proximidade com
outras pessoas, aumento da comunicação, da sensualidade, euforia,
despreocupação, autoconfiança e perda da noção de espaço.
Em longo prazo podem ocorrer alguns efeitos, tais como lesões celulares
irreversíveis, depressão, paranóia, alucinação, despersonalização, ataques
de pânico, perda do autocontrole, impulsividade, dificuldade de memória e
de tomar decisões.
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