O SUSTENTO DO MISSIONÁRIO
Extraído da Revista “Lições Bíblicas”Jovens e Adultos – Lições do 3o. trimestre de 2000
CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus
Existem três modos de nos
envolvermos com a obra de missões: primeiro, indo ao campo missionário;
segundo, orando por aqueles que estão no campo; terceiro, sustentando o obreiro
financeiramente. Todo o crente precisa, desde cedo, compreender o que a Bíblia
ensina sobre a mordomia. Nós somos mordomos de Deus, ou seja, administradores
de seus bens. Tudo o que existe no mundo pertence a Ele: “Do Senhor é a terra e
a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl 24.1). Deste modo, o
corpo, a mente, o tempo, os talentos, os serviços, o dinheiro, as propriedades
– tudo pertence a Deus. Quando nos dispomos a cooperar financeiramente com a
sua obra, estamos simplesmente devolvendo-Lhe parte do que dEle recebemos. Deus
recebe a oferta que oferecemos aos missionários, e se compromete abençoar-nos e
suprir todas as nossas necessidades. As missões são sustentadas exclusivamente
com as nossas contribuições. Se não contribuirmos, o Reino de Deus sofrerá.
A Bíblia nos ensina que aqueles
que com sinceridade se dedicam à proclamação da Palavra de Deus devem ser
sustentados pelo que, desse trabalho, recebem bênçãos espirituais: “O que é
instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui”
(Gl 6.6).
Exemplos:
1) “Não atarás a boca ao boi,
quando trilhar” (Dt 25.4).
2) “Digno é o operário do seu
alimento” (Mt 10.10).
3) “Digno é o obreiro do seu
salário” (Lc 10.7).
4) “Não ligarás a boca ao boi que
debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário” (1Tm 5.18).
INTRODUÇÃO
Os missionários e os obreiros em
geral são sustentados financeiramente pela igreja. A fonte ou origem desses
recursos é a própria igreja. Foi Deus quem estabeleceu que o crente
contribuísse para que o seu povo tenha os recursos suficientes para a expansão
do evangelho e manutenção da obra do Senhor. É sobre isso que vamos estudar
hoje.
I. DÍZIMOS E OFERTAS
1. Dízimos. O dízimo é a décima
parte da renda de uma pessoa. À luz de 1 Co 16.2 é a contribuição financeira
mínima que o crente deve oferecer para a obra de Deus. Já existia antes da lei
(Gn 14.20; 28.22); instituído por Moisés na lei (Lv 27.30; Dt 14.22). O povo
devia levar para os levitas e sacerdotes, pois não tiveram possessão da terra
(Nm 18.21-24; Hb 7.5), para que haja mantimento na Casa de Deus (Ml 3.10).
Eles, por sua vez, pagavam deles os dízimos dos dízimos (Nm 18.26). O Senhor
Jesus manteve os dízimos na Nova Aliança (Mt 23.23).
2. Ofertas alçadas. Além dos
dízimos havia também as ofertas alçadas para fins específicos, como na
construção do tabernáculo, no deserto (Êx 25.2). Convém lembrar que oferta
alçada não é o mesmo que dízimo (Ml 3.10). Ambos são bíblicos e atuais, mas são
diferentes. As ofertas alçadas são esporádicas, principalmente para construção
de templos. Os dízimos são contínuos. O culto ao Deus verdadeiro, conforme
encontramos em toda a Bíblia, constitui-se dos elementos: oração, leitura das
Escrituras, pregação ou testemunho, cânticos e ofertas.
3. Os métodos de Deus. Para a
construção do tabernáculo Moisés precisava dessas ofertas alçadas, de um povo
pobre que vivia pela misericórdia de Deus, do maná. Davi, para construir o
templo de Jerusalém, deu uma oferta de cento e cinco toneladas de ouro, sem
contar a prata (1 Cr 29.3,4), considerando-se um talento equivalente a 35
quilos segundo as tabelas de conversões de pesos e medidas. O rei Davi, no
entanto, fez um apelo para quem quisesse contribuir para a Casa de Deus (1 Cr
29.5). Nos versículos seguintes ficamos sabendo que o povo contribuiu
voluntariamente e com alegria.
4. Deus quer que seus filhos
participem dos projetos divinos. Moisés não dispunha de recursos para a
construção do tabernáculo e por isso levantou do povo uma oferta alçada.
Entretanto, o rei Davi já dispunha dos recursos para a construção do Templo de
Jerusalém. Por que convidou ele o povo para ofertar? O método de Deus, porém, é
diferente do nosso. A vontade de Deus é que seus filhos participem de seus
projetos. Aqui já não é questão de necessidade. Deus é dono do céu e da terra
(Gn 14.19; Sl 24.1), do ouro e da prata (Ag 2.8), mas Ele conta com nossa
participação. Deus abençoa o povo para que seus filhos possam contribuir para a
sua obra.
II. BASES BÍBLICAS PARA O
SUSTENTO DO MISSIONÁRIO
1. A igreja de Corinto não era
generosa. Os irmãos da igreja de Corinto eram insensíveis às necessidades do
apóstolo. Outras igrejas sustentaram Paulo para que o mesmo pudesse servir aos
coríntios (2 Co 11.8). Depois que o apóstolo deixou a cidade, apresentou a sua
defesa. Partindo de um raciocínio lógico, “quem jamais milita à sua própria
custa?” (v.7), ele busca no sistema sacerdotal, estabelecido na lei de Moisés,
o argumento para fundamentar essa verdade (1 Co 9.9,10), e também nas palavras
do próprio Senhor Jesus (1 Co 9.14). Essa é uma referência a Mt 10.10; Lc 10.7,
como ele deixa mais claro em outro lugar (1 Tm 5.17,18).
2. Fazedores de tendas. Na cultura
judaica era comum os pais ensinarem ao filho uma profissão alternativa; a de
Paulo era a de fazer tendas (At 18.3). Utilizou-se dela para levantar seu
sustento, pois temia escandalizar os irmãos e não queria correr o risco de ser
interpretado como aventureiro, em Corinto. Hoje, “fazedores de tendas” é o nome
que se dá aos profissionais liberais que são enviados como voluntários para
prestarem serviços sociais às populações carentes nos países onde ser cristão
ainda é crime. É um recurso usado para colocar legalmente um missionário num
país desses; do contrário, ele nunca poderia ser aceito.
3. A igreja de Filipos era
generosa. A igreja de Corinto não era como a dos filipenses (Fp 4.15-19).
Nenhuma igreja se preocupou com as necessidades do apóstolo, exceto a igreja de
Filipos. Enviava oferta na hora em que ele mais precisava. Paulo agradecia a
Deus essas ofertas “como cheiro de suavidade e aprazível a Deus” (Fp 4.16,18).
É dessa mesma maneira que ainda hoje Deus recebe a oferta que você oferece para
o sustento missionário. Além disso você tem a garantia de que o Senhor suprirá
todas as suas necessidades (4.19).
III. COMO APOIAR OS
MISSIONÁRIOS
1. O papel da igreja. Sãos os
crentes que apóiam os missionários com suas contribuições, através da
secretaria ou departamento de missões da igreja. A igreja ora, intercedendo por
eles, e acompanha o seu trabalho através de relatórios escritos e também por
meio de testemunhos de outros que visitam o missionário no campo. Esses
responsáveis pelo sustento e pelo apoio espiritual devem entender também que
fora do seu convívio a situação é muito diferente. Se não houver essa
confiança, corre o risco de o trabalho no campo ficar travado.
2. Apoio aos missionários. O
sustento missionário inclui alimento, vestuário, moradia, educação e saúde dele
e da esposa e filhos. É necessário um estudo sobre o padrão de vida do país
para onde vai ser enviado o missionário, a fim de que a igreja possa enviar o
suficiente para o sustento dele. Nem sempre as igrejas têm acesso a essas
informações, por isso existem inúmeras agências missionárias
interdenominacionais, espalhadas no Brasil e em todo o mundo, com o propósito
de orientar as igrejas.
CONCLUSÃO
Nossos dízimos e ofertas são uma
maneira de reconhecermos a soberania de Deus em nossa vida. A vontade de Deus é
a salvação dos perdidos da terra (1 Tm 2.4). Para que essa meta seja alcançada,
Deus conta com cada um de seus filhos, com todos os seus dons e talentos. O
nosso apoio aos missionários deve ser a oração, contribuição através da igreja
ou de sua secretaria ou departamento de missões, contato com eles por carta,
telefone, Internet, etc.
Deixa
Deus te usar!
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